As consultorias de Fertilização In Vitro (FIT) oferecidas pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae/ES) seguem alcançando bons resultados.
Somente neste ano, mais de 900 produtores capixabas foram atendidos, com mais de 4,5 mil prenhezes sendo realizadas. E o melhor é que a média de efetividade é de 45%, acima da média mundial de 33%.
O trabalho realizado pelo Sebrae/ES, que atende tanto às cooperativas quanto aos pequenos produtores, tem como foco principal melhorar a produção de leite no estado, ampliando a qualidade e a quantidade, além de ajudar na redução de custos. “Para ter o FIV, o produtor tem a opção de buscar o próprio Sebrae/ES e fazer a contratação, ou ele pode buscar uma associação, sindicado, prefeitura ou cooperativa a que está ligado”, explica Abdo Gomes, analista do Sebrae/ES.
Mas para conseguir receber o atendimento, esse produtor precisa cumprir com alguns requisitos. Ele precisa, por exemplo, comprovar que é um produtor rural, o que pode ser feito por meio da Inscrição Estadual. “Além disso, ele também precisa ter um manejo adequado dos animais, cumprindo com as exigências de higiene e de alimentação nutricional, e com a vacinação em dia. Sendo que para cada prenhez contratada pela consultoria será necessário disponibilizar três vacas”, orienta Daywidson Stabenow, analista do Sebrae/ES.
Isso significa que se o produtor deseja ter três vacas emprenhadas pela Fertilização In Vitro, ele vai precisar ter nove vacas em condições saudáveis e prontas para receber os embriões. “Esse número vem exatamente da média mundial desse processo de fertilização, que prevê 33% de efetividade, o que reforça a importância de ter três vacas para cada prenhez. Seguimos esse processo, e o que temos observado é que nas ações realizadas pelo Sebrae/ES essa efetividade está na média de 45%, o que é ótimo”, celebra Stabenow.
Mas de que forma a FIV pode ajudar o produtor rural? Segundo Stabenow, as melhorias vêm desde a qualidade nos cuidados do animal, assim como na qualidade e na quantidade de leite produzido. E isso porque o produtor vai ter acesso a um embrião de uma bezerra que poderá vir a produzir de 20 a 30 litros de leite por dia.
“Os embriões são selecionados em laboratórios, vindo de animais de qualidade e que podem ser das raças girolando ou guzolando; e durante o FIV ainda são priorizados embriões de bezerras, com 85% de assertividade. Ao adotar esse processo, o produtor vai conseguir pular longas etapas de desenvolvimento do seu rebanho, conseguindo saltar de vacas que produzem sete litros por dia para animais com 20 litros ou mais de produção diária, e em apenas uma geração. Se fosse feito da forma natural, esse processo poderia levar décadas”, comenta Stabenow.
Só que para alcançar tal produção, é necessário manter a qualidade no cuidado desses animais. Precisam estar bem nutridos, com as vitaminas em dia, em ambientes de qualidade e protegidos, sendo bem cuidados e higienizados, além de sempre vacinados. “Ao seguir essas recomendações, além de conseguir alcançar a expectativa com as prenhezes, o produtor vai obter uma melhoria na qualidade do leite produzido. O animal, sendo bem cuidado, sempre vai produzir mais e melhor”, comenta Gomes.
E segundo ele, ainda há outros ganhos para o produtor e, também, para a agroindústria capixaba. “Além de aumentar a produção média do rebanho, esse trabalho do Sebrae/ES também contribui para o aumento do patrimônio do produtor, uma vez que esses animais têm um valor agregado maior. E ainda contribui fortemente para que a produção de leite no Espírito Santo venha a atender ao máximo a demanda da população capixaba, visto que hoje nossa produção atinge a 50% desse consumo”, avalia.
Garantias
Por meio de parcerias feitas no Sul do Estado, a consultoria de FIV é oferecida com a ajuda das cooperativas, dos sindicatos, das associações e, até, das prefeituras, sendo atendidos somente em 2022 mais de 650 produtores, com realização de mais de 3 mil prenhezes. Já para a região Norte, onde neste ano foram atendidos cercas de 250 produtores, com 1,5 mil prenhezes realizadas, o atendimento é feito direto com o proprietário.
Em relação aos custos, o Sebrae/ES assume 70% do valor total do serviço, que será realizado por uma empresa especializada; enquanto o produtor terá de arcar com 30%, que corresponde a R$ 488. Esse valor corresponde ao de uma prenhez contratada, e a quantia pode ser parcelada em até dez vezes.
“O melhor desse serviço é que ele não prevê prejuízos ao produtor. Caso a primeira visita para fertilização não atenda às expectativas, o prestador de serviço volta ao local e realiza de novo, sem custos extras. E se não der certo mais uma vez, o produtor recebe o investimento de volta”, relata Stabenow.
As informações são do Hoje.